PESARES   3 comments

EM NOME DA PAZ
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Um gesto, o sinal de ataque.
Bombas, explosões, desespero.
Depois o silencio fúnebre.
A vida se esvazia qual copo d’àgua
Nas mãos de um homem sedento.
A água é vermelha, cor de sangue… É sangue!
Vivo, humano, inocente.
Atenta! Olha! Contempla!
Quão grande é teu poder…
Podes silenciar as vozes,
Os gemidos, os sorrisos.
Podes silenciar o som da flauta,
O choro da criança…
Sim! Podes tirar a vida.
És tu deus na terra?
animal, ou monstro?
Digo-te: És nada!
E do nada te levantarás,
Altivo e arrogante dirás…
_ Foi em nome da paz.
Oh! miserável senhor da morte, rogo-te:
Mostra-me teu poder, uma vez mais.
Curva-te e toma nos braços fortes,
Uma só criança, dentre tantos que matastes.
Junta-lhe os pedaços,
Sopra-lhe as narinas
Ea faça chorar como antes…
EM NOME DA PAZ.

Posted 19 de Fevereiro de 2010 by clara-mei

3 responses to “PESARES

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  1. Que a Paz esteja convosco! Nenhum assassino consegue reviver nem uma planta morta com raízes ainda viva quanto mais um milagre de ressureição! Seu poema é para a gente parar e pensar na maldade. A maldade só consegue a destruiçã, nada de criação ou de amor. Tudo por uma desculpa chamada objetivo ou paz. Lindo!

  2. Amém! “Quisera não existsse esse poema!” “Quisera o que me inspirou tivesse sido um pesadelo do qual já tivesse acordado”. Queira um dia! dar a EM NOME DA PAZ, outro significado. Simplesmente PAZ… Perdoa-me!

  3. clara-mei, minha querida, que emocionante e triste este teu poema! Triste porque não toca estes corações duros, nem digo como pedras, porque não posso falar por elas, duros como animais? Não, animais são criaturas naturais…como o quê? Somente como eles mesmos, dotados de um potencial infinito de sentires, por isso tão destruidores de si próprios e do mundo inteiro…

    Um abraço fraterno.

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